sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

RESENHAS


RESENHA-1 Maria das Graças Pereira Nunes*

Livro: Fundamentos e Prática da metodologia Cientifica

Autor; Antonio Carlos Will Ludwig

Texto :HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS (págs.11-24)

Breves informações sobre o autor .

História das Ciências é o primeiro texto ou a primeira parte tratada no livro Fundamentos e Prática da Pesquisa Cientifica de Antonio Carlos Will Ludwig que é um professor de escola militar aposentado e pedagogo de formação e doutor em Metodologia da Pesquisa, professor do ensino de graduação e de pós-graduação. Autor de outra obra na área de Metodologia do Ensino Superior como Democracia e Ensino Militar.Não está disponível muita informação sobre ele nem sua imagem está na mídia. Encontrei estas poucas informações no seu curriculo lattes CNPq.

O Texto

Logo no começo da leitura percebe-se a importância do texto e se pensa a utilidade do livro para quem é pesquisador, quem quer produzir conhecimento e principalmente,para quem está iniciando os estudos da Metodologia Cientifica, querendo saber os fundamentos dessa disciplina.Isto significa começar a saber como se formou a concepção das ciências até os nossos dias e como proceder em uma investigação cientifica, ação atualmente tão requerida em qualquer área de estudos e nos cursos de pós-graduação.

O assunto é apresentado de forma estritamente didática, ordeira. O texto é dividido em seis tópicos muito bem redigidos, o que demonstra a preocupação com a informação e com quem vai ler.Esta forma de escrever garante, sem nenhuma dúvida um bom entendimento já na primeira leitura.Cada um dos seis tópicos está desenvolvido de forma sequenciada, com explicações distintas, uma linguagem clássica mas, acessível à compreensão do leitor, revelando o bom estilo do escritor. A narrativa concisa de Ludwig tem avanços e recuos cronológicos procedentes do próprio estilo do autor e também pela natureza do assunto de que é mesclada. As ciências e os estudiosos rolam em épocas iguais do tempo histórico e se encontram nas narrativas de acordo com a consideração. Esta particularidade que pertence a qualquer narrativa histórica não interfere na seqüência dos fatos em cada um dos pontos..

É um texto estimulante para a busca de mais informações sobre as considerações apresentadas.

Sobre o conteúdo

Como já foi citado, História das Ciências é o primeiro texto ou a primeira parte tratada no livro Fundamentos e Prática da Pesquisa Cientifica de Antonio Carlos Will Ludwig, editado pela Vozes em 2009, tem 128 páginas. Mas, a resenha se processa considerando a primeira parte do livro, da página 11 até a página 24.

A explanação discorre dentro dos seguintes limites que , algumas vezes se interpenetram: 1.1- Atencedentes;1.2- A Interdisciplinaridade; 1.3-Nascimento das Ciências;1.4-As Ciências da Natureza;1.5-As Ciências Sociais e Humanas e 1.6- As Ciências Exatas. Dentro desses espaço de leitura a comunicação ocorre considerando a cronologia da História da Huumanidade e, não podia ser diferente porque a história da produção do conhecimento é também uma história humana. Essas partes revelam a visão e o desejo do autor de colocar o leitor a par das informações sobre o desejo de saber e o processo de busca do conhecimento que formaram o paradigma dominante.

Em Antecedentes, o autor fala sobre a palavra ciência, scire a forma simples de conhecimento como o simples saber, não organizado, não metódico. Como entendimento inicial de ciência, não traduzindo o seu verdadeiro sentido pela diversidade de conhecimento. Mas, deixa claro, desde o início que a ciência, em consideração, não é o simples saber; mas, um saber com certa especificidade, lineado e sistemático, referente aos estudos integrados a necessidade de avanços teóricos e técnicos de forma bem rápida para atender interesses de produção do sistema econômico o que colaborou de forma fundante para o desenvolvimento de certas áreas do saber de forma direta e da mesma forma atrasou outras áreas cuja produção não seria de maior valia no contexto.Neste espaço, apresenta Euclides com os Elementos da Geometria e Aristóteles com a classificação dos corpos quanto ao peso e ao movimento, como estudos que exemplificar estudos organizados que marcaram o que ele que chama de primeiros rudimentos da ciência.

Em Interdisciplinaridade ele fala da ligação que os conhecimentos produzidos tinham entre si. A integração dos saberes . Um filósofo era um generalista estudava muita coisa interligando os assuntos entre si. Iniciativas foram tomadas antes da idade média para a troca do conhecimento generalizado. Locais de reunião de intelectuais tornaram-se costume, além das eclesias judaícas, a chamada Escola de Alexandria que foi um local importante de troca de conhecimento. O trivium e quadrivium dos currículos dos Jesuítas representa esta integração na forma de três para quatro: trivium e quadrivium. O trivium era a integração de três disciplinas gramática, retórica e diálética(parte inicial da educação) depois o quadrivium,aritmética, a geometria , a astronomia e a música. A interdisciplinaridade foi a razão de várias ações a favor da difusão e manutenção do conhecimento: a proposta de Francis Bacom , na Renascença, de criar a Casa de Salomão como centro interdisiciplinar, o surgimento da Enciclopédia no séc.XVIII, do uso de um método experimental comum às ciências da natureza e ciências sociais eo surgimento do marxismo que se inseriu em diversos espaços histótricos do conhecimento.O desejo de integrar o conhecimento chegou até este século.Com um evento, ocorridop noas anos setenta, que foi o marco decisivo para a recuperação da integração do conhecimento o seminário de pluridisciplinaridade e trans disciplinaridade ocorrido nas universidades da França. Dai, em diante, todas as universidades do planeta estão afins da interdisicplinaridade nos estudos, nas pesquisas. Ludwig explica qua a divisão do conhecimento tem sua causa maior na especialização, consequencia das demandas economicas do capitalismo e que o desejo de reintegra-lo não nega as disciplinas. Baseia-se nelas. Sendo,a interdisicplinaridade, uma forma de corrigir a fragmentação das ciências, a critica a especialização e a separação entre trabalho braçal e intelectual e várias dicotomias do mundo, em relação as áreas do saber que permeiam a ciência desde o seu nascimento

Em o Nascimento das Ciências a descrição se dá com base na necessidade de resolução de problemas decorrentes das rupturas de governo e poder nas épocas Históricas: o iluminismo a chamada ao racional sobre a visão e análise das coisas e fatos de forma desprovida de sentimentos, de crença ou qualquer sentimento humano sobre elas, a não ser o desejo de dissecá-las e conhecê-las na forma que realmente aparecia e descobrir suas causas reais. Nessa época a cultura medieval foi atacada para entrar em ocaso. Esta cultura perdia seu lugar nas relaçãoes de produção. Na Renascença e Revolução Francesa, desabrocha o sistema do capital já existente e bem enraizado desde o sistema mercantil. Na nova ordem, do capitalismo se desenvolvendo, a necessidade de produção de forma rápida e efetiva não deixava lugar para sentimentos e contemplação. Não era mundo para conjecturas , nem inferências.A hora era de investigação isolada para não perder o objeto investigado de vista e apresentar os resultados da investigação de forma que pudesse ser comprovada; de verdade. Dessa demanda os métodos foram surgindo e se desenvolvendo para incorpar o Método Cientifico. Nessa fase apoiador do Método Experimental Francis Bacom, no séc XVII, prediz que esta maneira de investigar as coisas seria o meio certo para a ciência atingir seus objetivos garantindo ao homem o aumento do poder e a possibilidade contínua de transformar a vida. Este método já bem conhecido dos cientistas garantiu o desenvolvimento das ciências da natureza: a química, a biologia, a física. Estas ciências realizavam estudos que atendiam as questões sobre a vida do homem e as necessidades da indústria, como a química.A quimica se desenvolveu junto com o desenvolvimento da indústria.

A Revolução Industrial foi uma verdadeira e radical tranformação na sociedade e instalou-se de forma violenta, surgindo problemas insustentáveis estritamente da ordem social. Estudiosos atentavam para o surgimento desses problemas , buscando entendê-los para definí-los e buscarem consequentemente sua resolução. As explicações dadas para as ocrrências sociais fora da ordem estabelecida, deviam atender a prerrogativa de verdade absoluta. As justificativas dos motivos dos distúrbios nos grupos sociais gerados pelo sistema capitalista em expansão deveriam ser vistas de forma racional, com comprovação.Dai , a maior dificuldade dos estudiosos sociais. O método de estudo desses fatos sociais era o método experimental proposto para atender a chamada ao racionalismo das ciências da natureza que com sua utilização se desenvolveram. Isto causou um atrazo considerável no desenvolvimento da área das ciências sociais que so conseguiu desenvolver-se com as contribuições de pensadores como Georg Hegel, Karl Marx, com o método dialético, Martin Heidegger e Edmund Husserl com o método fenomenológico, vivos entre o fim do séc XIX e início do séc.XX e o método estrutural existente muito antes de Levi-Strauss que recebe o título de pai dos estruturalistas. O autor nome referente a outro método favorável aos estudos das pessoas e de grupos sociais; o funcionalismo de Emile Durkheim e estudos antropológicos de Radcliff Brow sobre a relação entre a cultura e a estabilidade nas sociedades primitivas além dessas contribuições, com o método funcionalista de Durkheim, os estudiosos dos grupos sociais passaram também a interagir com a neutralidade e a objetividade. Essas duas últimas características passaram a fazer parte da postura do pesquisador dessa área. Nessas bases se pesquisou o comportamento social humano e desenvolveu-se o saber que fez da sociologia uma ciência, segundo Ludwig. A disciplina já existia, fundada em estudos anteriores, de sociólogios francesas com idéias aproveitadas por Hegel, Marx e Engels, estudos anteriores ao método dialético.Ludwig refere-se a Geovanne Vico , um filosofo que no séc. XVII afirmava que são os homens os responsáveis pela Hitória humana, concluindo-se dessa afirmativa de Vico, que a vida social, a sociedade é o resultado da atividade de cada pessoa.Adam Ferguson Sec.XVIII realizou estudos sobre o comportamento dos grupos humanos para entender as sociedades. Também cita Condorcet, secXVIII que introduz a matemática na análise das ocorrências estudadas e Montesquieu que realizou pesquisas sobre os espaços econômicos da população-comércio, a religião e a família. Muitos dos colaboradoires das pesquisas das ciências sociais, antes sociologia foram contemporâneos da Revolução Francesa.

A Revolução Francesa favoreceu a Sociologia como ciência em parceria com a Revolução Industrial, provocaram transformações sociais de peso na História Humana e na família,as famílias são as células da sociedade e bases dos grupos sociais

humanos; mudou a educação e mudou a economia. No séc.XIX aparecem estudos científicos decorrentes das situações sociais dos séculos anteriores um autor é Émile Durkheim, outro é Saint Simon, mais outro ; Le- Play e Augusto Conte. A sociologia surge no seio da consolidação e estruturação do sistema capítalista consequente da necessidade de resolução de problemas dos grupos sociais, geradas pela industrialização.

Estes probelamas gerados pela industrialização também foram a razão da configuração da psicologia. As populações também apresentaram comportamnetos problemáticos que fugiam ao entendimento dos sociológos.Existindo já estudos sobre a alma humana, a parte do humano que não aparece e que eram Estudos da Alma da metafísica, parte da Filosofia que se juntam a outros posteriores incorporando a psicologia como ciência no sécXX.

A psicologia se desenvolve e se expande por causa de seu objeto de estudo que é muito diverso e apresenta várias vertentes. Dai criarem-se tantas correntes psicológicas que continuam até os nossos dias: gestalt, behaviorismo, a psicanálise. Nomes de responsabilidades nessa especificidade de conhecimento podem ser citados:Gocklenius, Wolf, Fechner, Ribot, Pierre Janet, Dumas, Freud, Alfred Binet, Max Wetheimer, Wolfgang Kohler, Kurt Koffka e John Watson, contribuidores nesse processo de desenvolvimento e consolidação da psicologia como ciências.

Sobre as ciências exatas o autor apresenta a referencialidade matemática, também construída pelos homens, nos tempos mais remotos. No Egito, na Babilônia como preocupação utilitária, na grécia nos séculos VI a V a.C, como atividade de exercícios mentais, racionais. Desses exercícios concepções se solidificaram em postulados, axiomas, principios indemonstráveis,entendíveis somente. A base dessas descoberta é o método dedutivo que é a forma peculiar das investigações matemáticas, na área das ciências exatas. A algebra e a geometria foram os primeiros ramos da matemática remetem aos nomes de Euclides, Arquimedes e Apolônio. A aritmética está relacionada com o nome de Mohamed Alchwarizmi. Leonardo de Piza, Jordanus Nemorarius e Michael Stifel e outros colaboradores da area de exatas e estimuladores do seu desenvolvimento como Francois Viete, René Descartes, Pierre Fermat, Luiz Cauchy,

Niels Abel, Evarist Galois, Georg Cantor. Todos estes personagens da matemática participaram do seu processo evolutivo e estabelecimento como ciência base das

ciências exatas. Hoje os estudos e trabalhos de matemáticos , engenheiros, biológios, psicologos e outros estudiosos de forma interdisciplinar, nos ramos cientificos em equipes de areas diversas trabalhando em projetos considerados globais como os da NASA.

Comentários sobre o conteúdo do texto(assunto)

A história das ciências apresentada por Ludwig tem o contexto da Europa e adjacências bem próximas, ou ligadas a região de onde partiu a colonização das américas e outras partes do mundo onde já havia a ciência de seu lugar e de sua época praticada pelo povo que vivia por lá. A sua narrativa faz parte da História ocidental que aparece como a única do mundo. Ele olha somente uma história Concluimos que a ciência não foi somente feita na Europa por europeus alemãs, franceses e ingleses. Outros povos também fizeram ciências . Entendo que a posição dele tem a ver com o recorte que ele faz. Nesse limite ele não apresenta nada de novo. O que se manifesta de forma muito bem escrita é o desenvolvimento do paradigma dominante, dito em ocaso por Boaventura Santos. Outro ponto bem sensivel somente fala das ciências produzidas por homens e as cientistas onde ficaram que não entraram na História das Ciências de Ludwig?(Schiebinger.1989)

Schiebinger fala da participação efetiva das mulheres nos processos de construção cientifica e a ciencia dos chineses e japoneses que é milenar e chega a até nosso tempo com muita eficiência.

Apesar destas observações não desmerecerem o trabalho do autor, considerando que ele faz parte de uma época e de um estilo com um rigor próprio

Maria das Graças Pereira Nunes.

Referências.

Ludwig, Antonio Carlos Will. Fundamentos e Prática da Pesquisa Cientifica.S.Paulo. Ed.Vozes.2009

Schiebinger,Londa. As mulheres na Origem da Ciência Moderna.Cambridge:Harvard University Press.EUA.1987

PROGRAMA DE PÓ-GRADUAÇÃO

NÍVEL.ESPECIALIZAÇÃO

CURSO: METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Estudante: Maria das Graças Pereira Nunes

RESENHA

Título:Olhando para frente e, um pouco, para cima.

Livro: Um Discurso Sobre as Ciências;págs. 58-92

Autor. Boaventura de Souza Santos

AUTOR E A OBRA

Começando da página 58 indo até a página 92 do livro, Um discurso sobre as Ciências de Boaventura de Souza Santos, apresenta a visão do modelo cientifico emergente concebido pelo autor a partir do modelo cientifico já existente, que ele afirma estar no ocaso. Boaventura de Souza Santos é um professor de Economia da Universidade de Coimbra ocupando cargos importantes como o de coordenador de setores e projetos ligados esta Universidade portuguesa. Boaventura Santos é português , nascido emquinze d novembro de 1940, na cidade de Coimbra em Portugal. Doutorou-se em Sociologia do Direito na Uiversidade americana de Yale. Tem nome em distinção nas universidades de Wisconsin-Madison, de Warwich e muitos outros títulos na academia internacional. Esteve no Brasil para participar de três ediçoes do Sexto Fórum Mundial de juízes que aconteceu recentemente em Porto Alegre no Rio Grande do Sul.’’ O livro foi escrito a mais de vinte anos e ainda parece estar a frente do nosso tempo. A fala de Boaventura Santos é muito pessoal , o texto não tem um seguimento clássico. A sequência ocorre com a afirmações do autor e cada tese de explicação e justificativa. Como Boaventura tem um traço de formação em direito ele discorre de forma a ter razão e defende muito bem sua teses com outras teses subajacente e importantes como: “Todo Conhecimento cientifico-natural é também cientifico-social”; “Todo o conhecimento é local e total” ; “Todo o conhecimento e autoconhecimento” e “Todo conhecimento cientifíco visa constituir-se em senso comum”.Começando sempre com a palavra todo, as teses do Dr. Boaventura revelam-se de caráter totalizantes, globalizantes. A importância deste livro está no seu conteúdo que é bem revelador e chama atenção para a situação do pensamento cientifico e a fase que ainda estamos passando desde o final do século vinte e agora, no início do século vinte e um; chama atenção para o fato de que na crise de um paradigma outros paradigmas se formam a partir do existente, dominante e não deixam de levar consigo muitos de seus traços. Um modelo de sociedade decorre de outro previamente existente e, sendo filho daquele, é parecido com ele.Um modelo cientifico decorrente do caos do anterior tem sem dúvida tem características do primeiro, o que Boaventura não descarta quando enfatiza que o novo paradigma também será um modelo cientifico mesmo com características diferentes da base velha. Ele fala nas ciências sociais e humanas, imperceptivelmente, repete isso que é de uma certa dicotomia. Não é desconhecido que as ciências sociais estão incluídas nas ciências humanas, assim como a filosofia que parece não ser também ciência neste novo modelo. Mas é necessário fazer algumas descrições e comentarios sobre este livro que é considerado um clássico no assunto das ciências e produção de conhecimento, apesar de sua aparição ser relativamnete nova.Apareceu no cenário da academia no final do século passado, como decorrência da conscientização de que a forma de produção do conhecimento, a forma de se fazer ciência, não atendia mais as perspectivas da conformaçãoes sociais. Na verdade a descrição a seguir ocorre em parte da obra citada.

DESCRIÇÕES E OBSERVAÇÕES

Depois do final de um parágrafo no inicio da página 58 do livro Um discurso Sobre as Ciências Boaventura de Souza Santos afirma que o paradigma dominante está em crise estabelecida e apresenta o perfil do paradgma emergente.O paradigma emergente é o modelo cientifico que poderá surgir do dominante, o atual que está declinando. Este paradigma é uma concepção do professor Boaventura Santos fundamentado pelas teorias dos cientistas observadores dos processos e movimentos das ciências no planeta e apresenta quatro pontos, teses de justificativa para sua concepção. Boaventura Santos diz que, na sua opnião, o novo modelo que surge do modelo dominante é algo que temos que imaginar e especular, a especulação não faz parte do rigor cientifico, a pesquisa embasada sim. Mas, a pesquisa cuidadosa é o que deve-se adotar para pensar o novo modelo cientifico.Uma procura fora das bases do paradigma atual; isto é do modelo de sociedade e de fazer ciência que e ainda se mantém. Antes deve-se retrospectar além de criar imagens mentais. Baseia essas afirmações e cita os seguintes teóricos Fritjof Capra, Eugene Wigner, Erich Jantsch, Daniel Bell, Habermas. Estes teóricos, filosofos com seus pensamento estão mostrando o paradigma dominante de uma outra forma, chamando atençãopara outro que aparece, cada um na sua concepção e visão de mundo. Boaventura diz o seu pensamento sobre o novo modelo que se agurda ver e imaginado assim: “Eu falarei, por agora, de um paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente. “ pois a revolução cientifica que ele visualiza não é igual a do sec. XVI, que tem a marca do banimento dos valores do iluminismo e o clamor a apenas a razão e todo o processo de produção de conhecimento com o pensar pré-moderno (Ludwig,2009:13), o geocentrismo, pensar equilibrar a natureza e vida social, domínio dos pensamento de forma mágica e as superstições pela razão. Para ele a sociedade já foi revolucionada pela ciência e estando assim revolucionada, com um modelo gerado dessa maneira não evoluirá para outro igual. O paradigma cientifico que existe e está cambaleante. E apenas da ciência de produção para a utilização, onde as ciências sociais aparecem como coadjuvante mas, à parte, em separado, que empresta no os termos adequados para o entendimento humano efetivo das comunicações das ciências naturais. O paradigma de Boaventura Santos tem a característica de ser social, um modelo de uma vida decente .Então ele apresenta o adjetivo decente para este paradigma que tem como elementos o conhecimento e consideração da vida que está subentendida como toda a natureza, que é onde se verifica vida, animação e tudo que a ela pertence. Dessa forma esta previsão do Dr. Boaventura Santos se configura com a preocupação não somente da descoberta para produção em atedimento à demanda de bens de consumo. Mas, de uma perspectiva de vida, considerando a existência das pessoas, de uma perspectiva de vida dos humanos nos seus grupos sociais(Santos,2009:58-60)Esse modo de produção de conhecimento ou o modelo cientifico, imaginado por Santos 2003é apresentado por teses que o justificam.

“Todo Conhecimento Cientifico-Natural é Cientifico-Social”.com esta tese Boaventura Santos explica que não é mais util a separação entre ciências –sociais e ciências –naturais com base nos avanços cientificos que se relataram com os termos das ciencias–sociais e colocaram em cheque as dicotomias do modelo dominante. A investigação e as descobertas dos sistemas pré-celulares, as moléculas e as partes que a constituem e, que são, todos juntos de forma crescente de organização, constituintes das células, como elementos com capacidades de organização, manutenção de sua parte e reprodução, ações anteriormente atribuídas somente aos sêres orgânicos ou vivos e aos humanos. Boaventura afirma que “as teorias da contemporaneidade apresentam a matéria com características comportamentais que antes eram reservadas ao gênero humano.” Nessa afirmação ele que justificar a relação entre o conhecimento que é produzido pelas ciências naturais e sociais como uma produção de interelações com pontos distintos e afins para ambos as ciências um fator entre tantos que pode contribuir para eliminar a separação entre elas. Enfatiza que essas duas vertentes de conhecimento são bem próximas e discute a questão de qual das duas superará a dicotomia entre elas. Apresenta-se tendencioso à egide das ciências –sociais para essa superação. Afimando que o novo pardigma não é dicotomico, não havendo lugar para isso em seu âmago, que a superação desta seperação pela parte das ciências sociais trará benefícios aos humanos efetivos como a grande possibilidade de uma maior comunicação em ações comunicativas que colocará o conhecimento numa dimenão planetária. Com essa finalização da primeira tese justificativa, ocorre a chamada para uma segunda tese de justificação da visão do modelo cientifico do prof. Boaventura Santos, descrita a seguir.

“Todo Conhecimento é Local e Total”. Com essa afirmação o autor explica que apesar de parcelizado e organizado o conhecimento que dentro de certas especializações evitando a transdisciplinaridade o conhecimento é local e total porque ele produzido de uma certa realidade e depois comunicado. Apresenta a partir daíi sua concepção sobre esse modelo como de um lugar, onde o conhecimento é de totalidade universal, sem parcelizações apoiando-se em Eugene Wigner com sua teoria “mudanças do segundo tipo” e em Bohm com “a ordem implicada”. Explicando que no futuro o novo e emergente paradigma, o conhecimento deverá ser de acordo com as referências dos grupos sociais e seus projetos, considderando situações como “mortalidade infantil”, “erradicar uma doença” e de forma lúdica, “ a invenção de um novo instrumento”, atenção para necessidades especiais “criar um computador adaptado as necessidades locais.Sendo assim essa forma de fazer conhecimento local estará diretamnete relacionada a ampliação do objeto, sendo desta forma total pela dimensão, podendo um conhecimento ser utilizado em diversos contextos ou diversos grupos sociais onde for necessário. O conhecimenmto nesse caso, teria a característica de ser “não deterministico”, não descritivista, seria plural em métodos, não seria obtido de forma organizada única, portanto “imetódico”, uma transgressão para o padigma dominante. Podemos conceber que seria realmente um conhecimento de todos. Global de utilidade e de apropriação. Idéia muito avançada e pertinente nestes tempos de globalização.Mas, para a produção de um conhecimento objetivado na realidade das pessoas, para ser utilizado por elas em comunidades globais seria resultado também de uma nova postura dos cientistas de si para si. A terceira tese explica que os cientistas deverão buscar a si mesmo nas análises dos objetos.

“Todo Conhecimento é Também Autoconhecimento”.A característica marcante da ciência moderna é o racionmalismo, afirma Boaventura Santos., a prescriçaõ do conhecimento por ela é de objetividade para achar a verdade que assim será considerada, após visualizada verificação, sendo assim, a busca dessa verdade é marcada por forte rigor. Valores do ser não se envolvem nesse processo de busca da verdade. O sujeito cheio de sentimentos , sentidos e valores deverá estar como que morto nessa empreitada. O sujeito deverá separar-se sensivelmente do objeto. Isto ainda ocorre em areas especificas de pesquisa.No caso das ciências-sociais com a neutralidade na pesquisa o sujeito fica bem longe do objeto. Neste caso, algo aparenta ser de grande incoerência; o objeto de estudo são pessoas. Boaventura Santos explica que os conceitos de Bateson sobre a mente diminuiram sensivelmente a prática desse distanciamento pois, exige que o sujeito coloque-se no lugar do objeto. Permitindo que ele fizesse sua autoavaliação, um autoconhecimento como o realizador dos estudos. Por si o pesquisador busca o real, decorrendo disso o interesse pelo objeto. No paradigma emergente o pesquisador deverá estar ciente de si.Descartes afirma que a ciência tem um caráter autobiográfico que é oculto. Isso requer também lembrar que buscamos saber sobre o que já temos, um conhecimento prévio, para o que já está em nós d eprática ou utilização: o senso comum.

“Todo Conhecimento Cientifico Visa Constituir-se em Senso Comum.” Esta é a ùltima tese de Boaventura Santos professor emérito da Universidade portuguesa de Coimbra, justificativa sobre o modelo cientifico que ele vê surgir do próprio paradigma dominante. Nessa justificativa o prof Boaventura Santos afirma ser a ciência moderna é contraditória na sua produção.”Produz conhecimento e desconhecimentos.” Afirma que, contrariando o que prescreve, a ciência pós-moderna tem, ela mesma, conhecimento de que nenhum conhecimento é racional, procurando reabilitar o senso comum que é o tipo de conhecimento prático, não sistematizado, nem empírico que é visto como meio de libertação pela sua dimensão libertadora e existe a perspectiva de ampliar esta dimensão pela dialética entre o senso comum e o conhecimento sistematizado, metódico e, após escrutinar as características do senso comum, ele conclui falando em sustentabilidade falando que a ciência pós-moderna ao senso comunizar-se, não despreza o conhecimento” que reproduz o saber fazer, a utilização da teoria. Este conhecimento é sabedoria de vida prudente, importantizando a análise do significado da vida social. A conclusão desta última parte é a afirmação do autor sobre a fase de transição do paradigma dominante, como a a situação do modelo cientifico construído, um momento de reflexão sobre ele. Esta reflexão é muito mais complexa que a prática da busca pelo conhecimento e por isso não existe nenhuma proposta de pesquisa atual que tenha a ver com o modelo emergente. Define a situação como um momento em que estamos olhando muito para trás e duvidando do que foi realizado ate aqui, em termos de produção cientifica, mesmo com as dicotomias e a falsa racionalidade. Estão também preocupados com o presente. Nunca olhando para a frente. Um conduta de falta de saída, é claro. O futuro parece que não existirá então; não se pensa nele, não estão pensando no que virá ou poderá vir a ser .Estamos fragmentados. Sem localização. Entedendo que, talvez,o autor queira dizer que estamos um tanto perdidos pela desconsidderação de muitas coisas que ainda são desconhecidas para nós.

CONCLUSÕES

Este texto soa como um grito no meio de uma turba em grande desespero.Ao mesmo tempo algo temeroso e que teme se arrastando.Como se tudo que foi feito até aqui fosse um grande equívoco. Vejo toda a história humana passando diante de meus olhos dos sentidos. O desespero do procurar saber sob prescrições para o atendimento efetivo muito mais do capital que da parte humana, esquecendo das nossas reais necessidades. E, ai de nós, se não fosse as ciências naturais. Ai de nós, se não houvesse a atenção à humanidade das ciências sociais. Ambas com dicotomia ou sem dicotomia produziram para nós todos.São importantes, precisam integrar-se. Não como ciências naturais e ciencias sociais. Mas, como cências da humanidades, voltadas para a vida dos grupos sociais, avida decente de Boaventura Santos que anuncia o novo paradigma cientifico. Me faz pensar em um outro modelo com características emergentes.

Um modelo que não tenha de forma alguma o caráter antropocêntrico. O homen não será o centro.Ele é pertencente, ele faz parte, para viver ele precisa cuidar de tudo e ser cuidado por tudo, entendendo que sua casa é o planeta Terra, um ente especial entre os demais do Universo. Precisamos de um modelo que não esqueça de Deus e que não exclua o ser . Não afaste nem um pouquinho o pesquisador daquilo que ele pesquisa. A exigência desse modelo deva ser o bem estar comum de todos os habitantes desta bolinha azul.

O discurso de Boaventura Santos nos estimula. Mas, existe uma frase muito interessante:”O futuro é aqui e agora” e outra igualmente interessante e muito sábia: o futuro a Deus pertence”.Este discurso descrito dentrpo das possiveis possibilidades é importante para a atualidade onde o rigor é outro, decorrente das inquietações da proximidade do ano 2000.As rédeas justas da ciência foram afrouxadas; não precisavam ser tão justas.A consideração do senso comum tornou-se tão visíivel até na mídia. A ênfase considerativa a medicina alternativa, mostrando que a ciência não veio e está somente na Europa que percebemos em Ludwig:2009 e no discurso de Santos:2003.A ciência conteceu na China no Japão, nas ilhas do Pacifico, nas Américas Espanholas, no pólo norte e nas montnahs altissimas do Tibet e continua acontecendo até hoje. Estamos em 2010, vinte e três anos após essa produção, muito sofrivelmente resenhada, que deixa uma sensação de certo contentar pois, é demais estimulante saber que a ciência pós-moderna considera o senso comum lugar de importância, de onde parte a vastidão de saberes práticos que se tornam objeto de pesquisa das ciências da natureza sem desconsiderar sua origem, suas relações..

Visualizo e penso um paradigma cientifico. O prof. Boaventura Santos me conduziu a imaginar isto e, como ele fala este modelo é também social.Mas, tem um nome diferente paradigma científico das humanidades. Neste também cada cientista individualmente deve autopensar-se assim também cada comunidade científíca deve autopensar-se pensando no objeto de sua busca de cnhecimento.

Entitulei esta simples resenha de Olhando para frente e, um pouco, para cima. Porque analiso que Boaventura Santos olha para frente, de seu ponto de vista e também olha em torno e vê as concepções de final de século. Desse olhar em torno , olha para frente e concebe o seu paradigma de conhecimento prudente para uma vida decente. Mas, na apresentação deste paradigma usa uma linguagem onde suaviemente revela ainda pontos que incoirporou do paradigma dominante. Sendo assim quando ele apresenta o paradigma como uma coisa que aparece falando em egide das ciências tal e tal ele ainda está olhando para o nível do paradigma dominante que está embaixo e cambaleia. Posso ter me equivocado.

Maria das Graças Pereira Nunes.Professora de Ciências Naturais. Estudante doi curso de Especialização em Metodologia do Ensino Superior.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Santos, Boaventura de Souza. Um Discurso Sobre as Ciências.São Paulo.Ed. Cortez,2003

Ludwig, Antonio Carlos Will. Fundamentos e Prática da Pesquisa Cientifica.S.Paulo. Ed.Vozes.2009.

Agradeço a Deus.


Nenhum comentário:

Postar um comentário