terça-feira, 3 de novembro de 2015

Resenha 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE FÍSICA
MESTRADO EM ENSINO, FILOSOFIA E HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS
DISCIPLINA: F15732 - ENSINO DE CIÊNCIAS E GÊNERO
Profa Dra: Angela Maria Freire de Lima e Souza
Estudante: Maria das Graças Pereira Nunes


Resenha nº 5


Base: Passos, Elizete Silva. Educação das Virgens: um estudo do cotidiano do Colégio Nossa Senhora das Mercês. Rio de Janeiro, 1ª ed. Editora Universitária Santa Úrsula. 1995.


“EDUCAÇÃO DAS VIRGENS”: Análise da Proposta Educativa das Ursulinas - Internato das Mercês


Elizete Silva Passos
É Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia - UFBA, docente desta Instituição de Ensino Superior, em duas unidades. Professora do curso de graduação em Filosofia e dos programas de Pós-graduação em Filosofia e em Estudos Interdisciplinares sobre a mulher- NEIM. Docente credenciada do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação. Realiza pesquisa e participa do grupo de Educação, Filosofia e Gênero da Faculdade de Educação e estudos sobre a mulher. É autora de “Palcos e Pateias”, “Mulheres Moralmente Fortes”, “De anjos a mulheres” e “O Feminismo de Henriqueta Martins Catharino”. Esse estudo foi realizado no período de 1992-1994 com a participação de três bolsistas do CNPQ, trata-se de um trabalho apresentado como exigência para obtenção do grau de Doutor.

A Obra
“Educação das Virgens. Um estudo do cotidiano do Colégio Nossa Senhora das Mercês.”
Uma jóia de conhecimento aos interessados em Educação, Ensino, Sexualidade e principalmente gênero. Importante leitura para quem deseja saber sobre a educação brasileira, especialmente a educação feminina no Brasil e para quem considera a mulher como um ser político e social um indivíduo intelectual sufocado no sistema mundial de dominação masculina. Preparado no período de 1992 a 1994 foi publicado em 1995. Representa o resultado de uma pesquisa sobre a educação feminina em uma instituição religiosa - Convento das Mercês, local de educação das ursulinas. Com esse trabalho a autora recebeu o título de Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia.

As bases teóricas para a conformação do pensamento apresentado são: as teorias de Wilhelm Reich em Análise de Caráter e Psicologia de Massas. Michel Foucault, Vigiar e Punir e História da Sexualidade: a vontade de saber e Erwing Goffman em Manicômios, Prisões e Conventos. Com esses autores o livro foi estruturado em uma análise: das pretensões, do tipo de caráter que as educadoras religiosas pretendiam que as educandas apresentassem caráter este que deveria estar em conformidade com o que a sociedade da época  aceitava; do controle dentro da instituição sobre as educandas e do controle da Igreja sobre a instituição; o controle social e político, a  postura das educadoras religiosas com as internas e toda a dinâmica do poder que vai passando das partes maiores para as menores, nas formas de controle: vigilância, punições e articulações para se conseguir estabelecer o ambiente que se quer, promovidas  por atitudes desejadas e como reproduzir essas atitudes como sustentáculo de uma situação conveniente a quem está mandando.

O livro divide-se em duas partes e estas partes em capítulos, ao todo sete capítulos que abordam aspectos histórico e objetivo da educação da corporação religiosa - a Ordem de Santa Úrsula - as  ursulinas desde sua origem, sua prática e o caminho organizado dos conteúdos para sua Educação, a evolução desse percurso até a ordem estabelecer-se no Brasil nos Colégios destacando o Colégio Nossa Senhora das Mercês onde a pesquisa é realizada com base no cotidiano das internas, interagindo com o espaço físico, com as educadoras religiosas e os conteúdos para estudos. Essa pesquisa é importante documento histórico sobre assunto: gênero e  educação em qualquer outra relação.

O espaço de tempo onde se localiza a pesquisa é de 1897 a 1956 - período em que o Colégio das Mercês tinha um internato. A parte do cotidiano é pesquisada do período de 1916-1956, baseada na história oral das ex-alunas internas.  

Análise da Proposta Educativa das Ursulinas - Internato das Mercês
A educação no Colégio das Ursulinas, Colégio das Mercês era diretamente voltada para a formação do caráter feminino. Isto é evidente em todo o livro. Essa educação visava a religião. Era basicamente uma formação de mulheres para vida religiosa. Um incentivo à vida de reclusão. Aparentemente não era possível à educação naquele estabelecimento ser diferente pois, como é informado pela Dra. Elizete Passos em Educação das Virgens, no capítulo primeiro, o culto a Santa Úrsula é decorrente de uma lenda na qual um translado de moças para casamento forçado com homens que elas nem conheciam, no século V, início da Idade Média estabelece este culto. Aquelas  moças viviam na Europa, na Grã-Bretanha. Nessa época outros povos também queriam morar nas regiões européias, estavam sempre invadindo as localidades. Os homens com os quais as moças iam se encontrar para se tornarem suas esposas, eram guerreiros, soldados e, uma dessas moças, Úrsula, que era princesa, fora escolhida como esposa pelo chefe deles.

Nenhuma daquelas moças queriam ir. Não queriam casar-se com alguém que não conheciam, não queriam casar-se a força. Estavam todas tristes e desesperadas. Mas, Úrsula cujo espírito era abnegado e na sua vida praticava a caridade, era amorosa e alegre, não se deixava abater e explicava as outras o motivo de sua segurança. Havia se entregada a Jesus, já tinha um compromisso com ele, como a Virgem Maria, que não queria casar-se com ninguém, nem com José, queria ficar devota de corpo e alma para Deus, Ursula não queria casar-se com ninguém e sim permanecer casta para Jesus e ele por certo as livraria das dificuldades deveriam confiar nele. Orava e orientava as companheiras de viagem estabelecendo com elas uma sólida amizade. Seus ensinos iam promovendo naqueles jovens corações confiança.

A viagem foi interrompida por causa das invasões bárbaras por mar e por terra. Deveriam desembarcar por segurança. Desembarcaram em Colônia. Esta cidade estava na rota do exército bárbaro. O povo se preparava para enfrentá-los. Úrsula convocou as suas companheiras a enfrentarem os inimigos em nome da fé. Era preferível morrer pela Virgem e por Cristo que ser desposada por loucos. As moças foram todas massacradas, mortas pela espada. De acordo com a lenda foram mortas onze mil virgens.

O povo de Colônia passou a cultuá-las. Provavelmente por que a sua interviniência impediu o massacre da cidade inteira e cultuavam principalmente Úrsula a líder delas. As cabeças dessas moças chacinadas foram consideradas relíquias e onze mil cabeças de moças foram distribuídas para serem levadas para diversos lugares do mundo.

Os jesuítas trouxeram o culto para o Brasil porque eram educadores e Úrsula passou a ser considerada professora de todos os que ensinam. Para referendar o culto às Virgens no Brasil trouxeram também três cabeças de virgens. Nesse ínterim Ângela Mérici institui a sociedade das Virgens na Europa que é elevada a companhia e recebe o nome de Companhia das Ursulinas.

As primeiras casas ursulinas eram locais onde moças podiam se proteger fossem ricas ou pobres. Encontravam, nessas casas, apoio, orientação religiosa. Um exemplo é o Colégio de Milão do século XVII que foi o primeiro em reunir moradia, educação com formação religiosa para moças necessitadas. A preocupação dessa associação sempre foi com o espírito que, de acordo com os princípios de São Paulo e as concepções de Santo Agostinho, era a razão para a mudança de vida. Se mudasse a intensão do espírito, a vida seria mudada. Esse cuidado primordial com o espírito significava, na obra das primitivas ursulinas, um serviço social. Tomavam como exemplo a parábola de Jesus sobre as virgens prudentes, contida nos evangelhos, como modelo para a alma feminina e basicamente o modelo imperante era o de Maria a mãe de Jesus. Não só as ursulinas, mas quase todas as instituições de educação e assistência dessa natureza tinham a Virgem Maria como modelo.    A preocupação do ministério apostólico das ursulinas influenciou conventos na época.

O que fica claro, no tempo presente analisando a obra de Elizete Passos, é a mudança de objeto de intenção na prática das ursulinas. No começo era o cuidado com as classes pobres - o povo. Depois com a interviniência da igreja como corporação de poder (informação que a Dra. Elizete Passos apresenta de forma bem discreta e sem, aparentemente, nenhuma intenção de criar caso com a ordem o que é bastante compreensível) elevando a irmandade à ordem, o serviço muda de direção e local. Não é mais direcionada aos pobres e sim dos ricos e sai das ruas para locais onde se institucionaliza.

Não é de admirar essa ocorrência. A igreja sempre viveu do que a elite lhe proporcionou, não podia deixar de oferecer também esse produto obtido através de uma mulher humilde que pretendia servir aos humildes à classe que lhe podiam  restituir com fundos que reforçariam sua condição de não ter carências. O que atenuou, em parte, a descaracterização que o poder da igreja  infligiu ao ideal de Ângela Mérici, foi a atenção prestada aos pobres, nas escolas anexas a igreja, mas separada dos conventos, os trabalhos de educação feminina para meninas pobres. Contudo, a intervenção do poder, chaman  do para si as atividades das ursulinas permitiu a sua secularização.

Essa prática educativa como muitas outras não tinha base pedagógica. A formação para o magistério era mais possível aos homens que exerciam a profissão em instituições de ensino para meninos. A educação feminina praticamente não existia além da preocupação em formar religiosas e dona-de-casa. Pensava-se que as mulheres não podiam ser educadas, não tinham condições para isso, eram inferiores aos homens. Não havia tanta necessidade assim de formar professores para elas.

Mas, no século XVII, todas as coisas estavam sendo pensadas e repensadas e repensou-se não só como educar melhor os meninos mas, também começou-se a pensar na educação das meninas. Certamente essa atitude foi uma reação do olhar sobre como as mulheres estavam vivendo até aquele tempo, suas ações, suas construções e considerando o tipo de sociedade que se queira formar e sendo elas, elementos indispensáveis na construção das famílias, precisavam ser envolvidas no processo, tornou-se necessário orientar também a sua formação para que nada fugisse do resultado social que se esperava. Dessa constatação, tanto a primeira escola normal de 1684, aberta por João Batista de La Salle, como o tratado de Educação das Meninas de Fénelon, foram resultado do processo de pensar e repensar uma nova ordem social na Europa na época.

A educação feminina proposta por Fénelon não afirmava que as mulheres eram tão inteligentes quanto os homens. O tratado da Educação das Meninas chamava atenção à educação, sempre doméstica que elas recebiam, como mantenedora de sua inferioridade e abria uma brecha para que se iniciasse uma educação combativa à sua condição dita como  natural de ser menor. Talvez uma leitura desse tratado, seja mais elucidativa sobre o que Fénelon queria. As mulheres recebiam uma educação não para superar sua condição, sim para aceitarem passivamente uma situação que lhes foi imposta pela sociedade androcêntrica e muito misógena da época. Positivo sobre tudo isso é que no momento que a mulher aprendia a ler seus horizontes se ampliavam. Apesar disso ficava imprensado pela imposição do seu papel social na sociedade. O exercício desse papel apesar disso, elevava a mulher apenas no redil doméstico. Sua educação não podia esquecer que pariam e criavam os filhos e que era mista a sua religiosidade.

A prática educativa das ursulinas como Ordem foi constituída sobre o conceito social de mulher na época O fundamental desta prática estava vinculado ao desenvolvimento da religiosidade das meninas e moças. “Formar mulheres para Deus e para a família” ( PASSOS, 1995: 122). Com a última finalidade as ursulinas não se confrontavam com as prerrogativas do poder que mantinham a mulher em uma situação conveniente.

Partindo dessa premissa, a primeira coisa a ser ensinada era temor de Deus, a confiança em Deus era um pré-requisito que, requeria acreditar e ter  fé em Deus. Seguidamente a leitura, atividades - prendas domésticas. Dessa forma, orando e aprendendo a serem excelentes donas de casa, a obedecer o chefe da família, a educação praticada não causaria modificações notórias na forma de pensar das moças na  posição sócia delasl; apenas as qualificavam para exercer melhor suas funções maternais e domésticas e tratar o marido bem convencendo-as de que esse era o melhor caminho para a felicidade, fora o religioso. A felicidade, segundo Santo Agostinho era o que o homem buscava incessantemente e no caminho religioso há a felicidade. As religiões continuam essa tese até os dias atuais. As ursulinas acreditavam nisso.

O investimento da educação das ursulinas, para as moças era muito mais religioso que voltado para o desenvolvimento intelectual. Muito mais preocupado com a sociedade e principalmente contrair matrimônio. Um homem na vida de uma mulher era importante pois ela dependeria dele para sua sobrevivência se não material, social. Caso não casasse, uma mulher não era nada. Precisava de uma referência masculina. A educação das ursulinas reforçava isso. Não é possível esquecer, no entanto, que esse investimento educativo, na pessoa feminina que vivia em regime de internato no Convento das Mercês, excluía as meninas pobres. Era uma educação elitista para formar moças ricas, brancas pela causa de receberem bons dotes ou para formar religiosas freiras ursulinas brasileiras, baianas. Se a moça não quisesse casar era melhor reclusá-la. Os mosteiros femininos existiam para esta última possibilidade.

Uma educação que objetivasse bom porte, boa aparência física, não aparecem nas regras da idosa camponesa Ângela Mérici, Gabriel Cozzano tampouco aproximou-se dessas etiquetas. Contudo essa era ação vigente na prática educativa voltada para o social. Era importante a moça ter boas maneiras. Havia predeterminação de como deveria ser a sociedade que, embora androcêntrica, foi promovida por homens sensíveis a beleza e que gostavam de diversão e requinte. Apesar disso a ênfase era no sentido religioso da educação, uma forma de manter a mulher separada, submissa e penitente.

Educação Ursulina
Desde o início educação, para as ursulinas, estava atrelada a formação religiosa e tinha a religião como orientação. Era necessário formar pessoas cuja imagem e semelhança fossem divinas. A educação da mulher era algo especial para essa determinação não somente pelo conceito que se tinha da natureza feminina mas, também, pela condição de criar filhos e ser ajudadora de seu marido. Sem desconsiderar que a mulher era mais dada a religiosidade, a educação devia ser firme porque elas, consideradas por natureza, frágeis, sucumbiriam facilmente ao erro e podiam tornar-se um perigo social (MACEDO, 1990).

A educação abarcava dois pontos de vista do ser feminino: o de ser forte e o de ser fraco. Forte, na importância social de parir e criar filhos e fraco ante os prazeres e as propostas do mundo. Se a mulher sucumbisse à fraqueza, poderia acostumar-se no erro e nunca mais querer deixá-lo, tomaria um caminho sem volta. Uma vez provado o fruto do pecado passa-se a querer mais e mais,  acostumando-se com uma vida de prazeres mundanos ficava difícil recuperar. Era  mais impossível refazer moralmente uma mulher que um homem.a própria época tinha definida uma sociedade de dura repressão feminina. A fortaleza que poderia abrigar o marido em tempo de infortúnio estaria minada. Devida a excentricidade dada ao sexo feminino, o que o enaltecia, embora a intenção fosse diminuí-lo, era necessário adestrá-lo ao controle dos impulsos, fazê-lo convencido de que certo e bom era viver de acordo com os padrões morais requeridos. Para tal a educação deveria ser limitadora. Assim as educadoras religiosas ursulinas, com o ideal de colaborar com Deus e promover melhoras sociais, objetivava a atividade educativa como formadora de almas para o mundo e para a igreja. Para atingir seus objetivos educacionais seus ensinos visariam a permanência de cada alma em seu lugar. O exercício dessa educação cheia de princípios fazia-se com respeito e autoridade que eram características de Deus. Além de ter essas características as educadoras deveriam ter humildade, docilidade com base nas orientações primitivas da ordem, quando ainda era uma pequena irmandade na Bréscia, Itália e cada membro ficava em sua própria casa.

Para formar mulheres de maneira que todos os aspectos de sua existência, como pessoa, fossem contemplados e que objetivasse a vida social desejada para o tempo, havia uma prescrição de estudos que a princípio determinava só aulas de religião. Depois se amplia para atender as prerrogativas dos tempos da história social dos homens, passando pela leitura e orientação para fazer leituras de bons livros e boas revistas, noções de economia, leis da sociedade e condições de trabalho e vida das pessoas nas indústrias. Esse currículo era para simples informação, sem direito a crítica. Uma preparação para o caso de se casarem poderem apoiar seus maridos em suas empresas, em suas indústrias.Porque sendo de famílias materialmente abastadas aquelas meninas  já estavam destinadas a casarem-se com homens de posse, salvo algum infortúnio decorrente de  seguirem os ditames de um coração desvairado de paixão. O aspecto constituição de família estava até no currículo.

Percebe-se também aí o trabalho, mesmo que inconsciente, de mantenender  uma ordem social existente e para que a mulher não saíisse do seu lugar. Uma prática que representava a reprodução de uma situação desejada. Dando-lhe um caráter humano amigável para que não houvesse desarmonia. Cada coisa com sua finalidade, cada pessoa no seu devido lugar em posições estabelecidas definitivamente como se a vida não mudasse, como se o planeta estivesse parado. Uma fidelidade induvidável a um tempo. Não havia condições para inovações, não podia ser diferente. Era assim e acabou. As mulheres deveriam cultivar espírito quieto e brando para elas. Um espírito próprio das mulheres (2 Pedro 3:4). Dessa forma não sairiam em busca de outra coisa que não fosse pureza, bondade e vida tranqüila, a maternidade, o lar .

Lógico que com essa formação não fariam descobertas. Não teriam interesse nas ciências. Decorrente disso, as ciências entraram no currículo da educação ursulina, somente a partir do século XX.

Ciências no Currículo da Educação Ursulina  
O conceito de que os homens eram mais dados aos estudos das humanidades, com a crença em Deus já estavam preparados para entender a criação e dominarem a natureza. Desse entendimento decorrem que a ciência seria apenas a maneira como os homens dominariam a natureza e quando, a partir do século XX as ciências passam a constar no currículo dessa ordem os estudos relacionados consiste apenas em orientações para: enfrentar problemas difíceis da vida, fortalecimento da força moral e da força de vontade, cumplicidade, caridade, meiguice e bondade para que a alma fosse poderosa e tivesse bom caráter (PASSOS 1995).

Observação e análise dos Acontecimentos naturais era a prática do ensino de ciências. De acordo com os princípios da educação da Ordem e sendo voltada para as mulheres era de pouca ou nenhuma valia, a formação científica. Importante era chamar atenção para a natureza em atividades como jardinagem. Não se alimentava questões de sexualidade.A matemática era mais importante que as ciências naturais, mas não aprofundava muito. Aprendia-se só o que seria usado na prática.Essa proposta curricular assim como a prática educativa e a metodologia, podem ser consideradas como boas para uma determinada época, quando não era possível fazer diferente. Depois houve muitas modificações na prática educativa do Colégio das Mercês.

Conclusão
Aparentemente as educadoras ursulinas tinham dificuldades em preparar os conteúdos curriculares ou não davam importância a esse aspecto educativo ou ainda obedeciam cegamente a época. Prescrevendo estudos apenas superficiais para aquelas moças. Como elas eram filhas de pessoas que, na sua maioria, só tinha dinheiro e poder, a falta de conhecimentos gerais talvez não fosse percebida.

O que se pode concluir que essas moças passavam em tempo útil de suas vidas para  muito pouco provento, , exceto o incremento a fé. Posso estar enganada.

Referências Bibliográficas

ALGRANT, Leila Mezan. Escravidão no Cotidiano das Instituições de Reclusão Feminina no Sudeste do  Brasil Colonial em Brasil Colonização e Escravidão. Maria Beatriz Nizza da Silva (org). Nova       Fronteira. Rio de Janeiro, 2000.

MACEDO, José Rivair. A Mulher na Idade Média (Coleção Repensando a História Geral). São Paulo Contexto. 1990.

PASSOS, Elizete Silva. A Educação das Virgens. Um estudo do cotidiano do Colégio Nossa Senhora das  Mercês. Rio de Janeiro, 1ª ed. Editora Universitária Santa Úrsula. 1995.

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